Pessoas,
O anjin foi vendido. Então posso reabrir o blog. Não que vá continuar com updates, mas vou concluir a história para vocês. Fechei mais um capítulo da minha vida e foi uma grande experiência, em diversos sentidos.
Obrigado a todos os que me acompanharam.
Um forte abraço e até breve!
Se jogue
Diário de uma aventura. Vela, turismo, mudança climática e adrenalina.
Total de visualizações de página
domingo, 12 de abril de 2015
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Novidades: cadastramento no blog
Pessoal,
Sei que estou há muito tempo sem postar nada, isso vai mudar em breve.
Estou bem, de volta ao Brasil. Estou em Salvador mas em breve retornarei para perto do Lago Paranoá.
O anjin está bem também, estacionado no pier de uma marina panamenha perto da fronteira com a Costa Rica.
Como parte do processo que estou vivendo, terei que limitar o acesso do blog para as pessoas conhecidas. Caso queira continuar seguindo o blog, por favor me envie um email ou um recado aqui no blog.
Um abraço para todos
Sei que estou há muito tempo sem postar nada, isso vai mudar em breve.
Estou bem, de volta ao Brasil. Estou em Salvador mas em breve retornarei para perto do Lago Paranoá.
O anjin está bem também, estacionado no pier de uma marina panamenha perto da fronteira com a Costa Rica.
Como parte do processo que estou vivendo, terei que limitar o acesso do blog para as pessoas conhecidas. Caso queira continuar seguindo o blog, por favor me envie um email ou um recado aqui no blog.
Um abraço para todos
sábado, 15 de setembro de 2012
Fast food
A tentativa de travessia para Galápagos ainda rende material. Aqui um registro da alimentação a bordo em um dia de mau tempo.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Atualizações
Essa semana foi direcionada a resolver o transito do Canal de volta ao Caribe. Na segunda feira dei entrada no processo. Fiquei sabendo que minha inspeção anterior vencera no dia 22 desse mês... por causa disso tive que agendar (e pagar) uma nova inspeção para o dia seguinte.
Lamentavelmente na volta caiu uma dessas chuvas tropicais e quando consegui chegar ao clube já era muito tarde pra alugar os cabos e pneus para a inspeção no dia seguinte. Por isso tive que adiar a vistoria para outro dia. Entretanto, ainda consegui, no mesmo dia, receber a vela e a capa de volta. Além de trazer os cabos e pneus para o barco.
A inspeção ontem foi tranquila, apesar dos fortes trovões e raios que caíram de madrugada, cheguei até a pensar em cancelar a vistoria. Quando acordei o tempo já estava melhor e às 07:30 liguei para confirmar a medição. Saímos pouco antes das 09:00 e chegamos na Playita, na Baía ao pé da torre de controle do Canal, às 0925. As 0945 já estávamos ancorados e aguardando o perito.
A vistoria foi rápida porque eles aproveitaram grande parte dos dados da medição anterior. Essa se concentrou em ver cabos, cunhos, buzina e confirmar uns dados que não foram solicitados da outra vez. Além disso o perito foi mais tranquilo que o de Colón. Ele demorou mais tempo esperando a lancha para ir para a próxima inspeção do que fazendo a inspeção no barco.
Uma coisa interessante foi que tive uma conversa, até que meio longa, com o perito sobre mudança climática... tinha muito tempo que eu não falava sobre isso. Ficamos falando sobre tendencias e como diferentes sociedades encaram o problema. Depois que ele foi para o outro veleiro trouxemos o barco de volta ao clube e sai correndo para fazer o pagamento.
O pagamento tem que ser efetuado em dinheiro, na íntegra, em uma agência do Citibank. E os caras demoram 3 semanas para devolver o depósito compulsório de 900 dólares para emergências. É dessa maneira que o Canal também faz dinheiro. Você paga antecipado, em cash ou transferência bancária, antes de fazer a travessia, e o canal fica com seu dinheiro por quase um mês. Nesse meio tempo dá para fazer muita especulação. E não estamos falando em veleiros, mas de centenas de navios que pagam um quarto de milhão de dólares para fazer a travessia.
Ontem no final do dia o Garotinho veio aqui trazer um amigo para ver o barco. O cara gostou do barco e vai me colocar em contato com um cara que mora do outro lado do país para me dar conselhos sobre onde deixar o barco para a venda.
A travessia do canal deve ocorrer em breve... agora é hora de preparar o barco - de novo.
Lamentavelmente na volta caiu uma dessas chuvas tropicais e quando consegui chegar ao clube já era muito tarde pra alugar os cabos e pneus para a inspeção no dia seguinte. Por isso tive que adiar a vistoria para outro dia. Entretanto, ainda consegui, no mesmo dia, receber a vela e a capa de volta. Além de trazer os cabos e pneus para o barco.
A inspeção ontem foi tranquila, apesar dos fortes trovões e raios que caíram de madrugada, cheguei até a pensar em cancelar a vistoria. Quando acordei o tempo já estava melhor e às 07:30 liguei para confirmar a medição. Saímos pouco antes das 09:00 e chegamos na Playita, na Baía ao pé da torre de controle do Canal, às 0925. As 0945 já estávamos ancorados e aguardando o perito.
A vistoria foi rápida porque eles aproveitaram grande parte dos dados da medição anterior. Essa se concentrou em ver cabos, cunhos, buzina e confirmar uns dados que não foram solicitados da outra vez. Além disso o perito foi mais tranquilo que o de Colón. Ele demorou mais tempo esperando a lancha para ir para a próxima inspeção do que fazendo a inspeção no barco.
Uma coisa interessante foi que tive uma conversa, até que meio longa, com o perito sobre mudança climática... tinha muito tempo que eu não falava sobre isso. Ficamos falando sobre tendencias e como diferentes sociedades encaram o problema. Depois que ele foi para o outro veleiro trouxemos o barco de volta ao clube e sai correndo para fazer o pagamento.
O pagamento tem que ser efetuado em dinheiro, na íntegra, em uma agência do Citibank. E os caras demoram 3 semanas para devolver o depósito compulsório de 900 dólares para emergências. É dessa maneira que o Canal também faz dinheiro. Você paga antecipado, em cash ou transferência bancária, antes de fazer a travessia, e o canal fica com seu dinheiro por quase um mês. Nesse meio tempo dá para fazer muita especulação. E não estamos falando em veleiros, mas de centenas de navios que pagam um quarto de milhão de dólares para fazer a travessia.
Ontem no final do dia o Garotinho veio aqui trazer um amigo para ver o barco. O cara gostou do barco e vai me colocar em contato com um cara que mora do outro lado do país para me dar conselhos sobre onde deixar o barco para a venda.
A travessia do canal deve ocorrer em breve... agora é hora de preparar o barco - de novo.
domingo, 26 de agosto de 2012
Fotos Panama - Galápagos
Algumas fotos tiradas durante a tentativa de chegar à Galápagos.
Cidade do Panamá na alvorada |
Causeway |
Causeway se distanciando |
Panama's skyline |
companheiro de canal |
Lua em um dos turnos |
Chef trimando a vela |
O screecher |
Mergulhando no Pacífico |
Any given shift do Chef |
Golfinhos nos recepcionando na volta |
Um pequeno passo para um homem...
Hoje morreu uma figura que marcou minha infância. Por mais que muitos afirmem que o homem nunca chegou à lua, que tudo o que foi televisionando no final dos anos 60 uma grande armação, ou como diz a música Californication do Red Hot Chilli Peppers "Space may be the final frontier But it's made in a Hollywood basement", eu acredito. Eu acredito na determinação das pessoas em correr atrás de seus objetivos e fazer as coisas acontecerem.
Assim como muitos outros garotos, e acredito também que algumas garotas, por muito tempo sonhei em ser astronauta. Inclusive, uma das razões que eu fiz engenharia foi saber que diversos dos astronautas eram engenheiros (e até começar a estudar engenharia achava que MacGyver também fosse um). Depois da fase espacial, influenciado por Hollywood, pensei em ser Indiana Jones. Acho que nem tanto por ser arqueólogo, mas para poder ter a desculpa de usar um chapéu Fedora e poder exercitar o meu sarcasmo. Mas sempre ficou o espírito Armstronguiano... um legado mais forte do que o significado do nome. Tanto do Neil quanto, mais recentemente, do Lance.
Não acho que esteja fazendo nada de excepcional hoje em dia. Não estou seguindo os conselhos do Capitão Kirk e indo mais além do que qualquer homem (ou mulher) jamais foi. Para falar a verdade, estou fazendo uma coisa que é muito mais comum do que se imagina. Se olharmos para o passado tudo era transportado por barcos a vela. Agora convenhamos, muitos desses homens (sorry ladies, agora era só homens mesmo) eram Neil Armstrongs de suas épocas. Enfrentando o desconhecido, o escorbuto, a solidão, fome, e principalmente o fim do mundo.
Hoje eu tenho motor, gerador, painel solar, GPS, telefone via satélite, balsa salva vidas, mais comprimidos e remédios que qualquer um desses marinheiros jamais sonhou. Mas ainda compartilhamos os caprichos do vento, o frio, a lua, estrelas, a cama úmida, roupas molhadas, a tensão de se tudo vai dar certo e a alegria de chegar em terra novamente.
Li em um desses livros que tem um ponto no Pacífico Sul, perto do Cabo Horn que foi menos frequentado do que o espaço, tamanho é seu isolamento. É um desses lugares que animariam o capitão Kirk e que seguidores do Neil Armstrong. Mas não é minha ambição chegar lá (agora)... quem sabe na época dos cruzeiros polares, mas isso é outro departamento.
Muita gente já deu a volta ao mundo à vela. Alguns em barcos que eram pouco maiores que uma banheira. E eu mal fiz 10% disso, pois 21000 milhas naúticas caracterizam uma circumnavegação. Mas estou contente, e satisfeito. Estou em um ponto que consigo perceber que daqui para diante era uma questão de mais tempo no timão. Claro, e de novos portos, novas burocracias, novos temperos, novos pantones de cor de água do mar e, claro, novos imprevistos.
Por falar nisso, nessa semana encalhamos o barco, propositalmente. Tiramos proveito dos mais de 4 metros de variação de maré que tem por aqui para colocar o anjin no seco para ver o que aconteceu quando o cabo enroscou. E já que ia encalhar o barco aproveitei para dar uma limpada no fundo e encerar os cascos.
Com o barco no seco percebi que o que aconteceu foi que o pé de galinha empenou para o lado. Como o tempo entre marés é limitado não deu para realizar o conserto no mesmo dia e por isso anjin teve que ser encalhado mais uma vez ontem. Admito que o segundo encalhe foi muito mais tenso do que o primeiro. Na segunda vez o barco foi encalhado com a popa para a praia e isso causa uma série de dificuldades. Como miséria pouca é bobagem, nesse dia uma das catraias de apoio do iate clube estava quebrada e tivemos que colocar o barco na posição correta no braço, usando as catracas para puxá-lo para a posição correta.
Uma vez com o barco no lugar, pela segunda vez, o mecânico tentou retirar o pé de galinha. Eu já tinha dito para ele que não seria fácil. No final das contas ele não conseguiu tirar a peça (e consequentemente o eixo). A solução foi aplicar calor na peça e puxá-la com um sistema de cabos e polias. Esteticamente não ficou muito bonito mas funcionou. Testamos, brevemente, o barco em diferentes rotações e não escutamos o ruído nem as vibrações de antes. Acho que estamos prontos para atravessar o canal no sentido oposto. Agora é tratar da burocracia da travessia. Como disse o célebre Neil, é um pequeno passo para um homem, mas muito importante para mim e meu projeto.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Imensidão azul
Coisas inacreditáveis acontecem nessas viagens grandes. Uma delas foi o incidente que aconteceu com o barco em uma manhã. Estávamos tirando o rizo da vela e foi preciso ligar o motor para colocar o barco no vento. Infelizmente um cabo enroscou no hélice e tive que mergulhar para soltá-lo.
Nunca imaginei mergulhar no "meio" de um oceano, ainda mais o Pacífico. Claro que rolou uma tensão com tubarões e águas vivas, mas tudo correu bem. O Chef fez a segurança com um cabo e eu mergulhei com uma faca, mas não foi preciso usá-la porque desenrolei o cabo com a mão.
Foi uma experiência incrível: o azul impressionante, os milhares de metros até o fundo, o barco que seguia velejando, a possibilidade de aparecer alguma criatura das profundezas, a ignorância sobre qual era o grau de enrosco do cabo. Tudo isso fez a adrenalina correr solta.
No final do mergulho eu registrei esse vídeo. Depois ainda mergulhei pela proa do barco para tirar cracas que estavam presas no sensor do medidor de velocidade.
Nunca imaginei mergulhar no "meio" de um oceano, ainda mais o Pacífico. Claro que rolou uma tensão com tubarões e águas vivas, mas tudo correu bem. O Chef fez a segurança com um cabo e eu mergulhei com uma faca, mas não foi preciso usá-la porque desenrolei o cabo com a mão.
Foi uma experiência incrível: o azul impressionante, os milhares de metros até o fundo, o barco que seguia velejando, a possibilidade de aparecer alguma criatura das profundezas, a ignorância sobre qual era o grau de enrosco do cabo. Tudo isso fez a adrenalina correr solta.
No final do mergulho eu registrei esse vídeo. Depois ainda mergulhei pela proa do barco para tirar cracas que estavam presas no sensor do medidor de velocidade.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Golfinhos
Na saída da cidade do Panamá fomos acompanhados com um rebanho (?), manada (?) (não sei qual é o coletivo de golfinhos, mas não é cardume porque ele não é peixe) por um bom tempo. E era interessante ver que tinha de golfinhos grandes até golfinhos bebês. Nos outros dias ainda tivemos a companhia de uns golfinhos solitários. Esses golfinhos eram diferentes dos golfinhos da Flórida, que parecem com o Flipper, ou com os golfinhos que vi na Escócia, que eram pequenos e amarronzados.
Screecher
Estréia da nova vela e seu enrolador. O screecher tem 650 pes quadrados e foi construído com tecido 2.2 nos reforços e 1.5 no restante. O screecher é uma mistura de spinnaker com reacher e é uma vela cortada com menos barriga que um spin e com o punho mais alto. Pode ser usada no contravento, través e alheta em ventos de até 12 - 15 nós. É uma vela que consegue explorar bem o vento aparente.
Essa vela foi calculada por um especialista em regatas da Costa Oeste e cortada pelo Scott do Sails by Morgan.
Essa vela foi calculada por um especialista em regatas da Costa Oeste e cortada pelo Scott do Sails by Morgan.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
The dream is over, ou como fazer uma limonada
Nunca pensei que fosse escrever esse post. Quando estamos em um projeto grande que envolve sonhos temos as coisas mais ou menos delineadas, imaginamos o que vai acontecer. Sabemos que imprevistos podem surgir, mas torcemos para que, de uma forma ou de outra, as coisas acabem bem. Quero dizer, da maneira que imaginamos. Por isso sempre imaginei escrever sobre o final da circunavegação, o momento em que cruzaria o meridiano de partida.
Antes de seguir, queria esclarecer uma coisa. Sempre fui um cara muito chato. Cricri, detalhista, minucioso, rigoroso. Durante a maior parte da minha vida eu sempre reclamei do que não consegui fazer. Para mim era difícil olhar para trás e ver o que conquistei e me lamentar pelo que não foi feito, pois o que foi feito não era suficiente ou bom o bastante.
Não quero hoje demover pessoas de seus sonhos. A mensagem, apesar do título, é que é preciso insistir. Vá até onde der, até onde você se sinta que dá para ir. Mas atenção, você tem que sair de sua zona de conforto. Quem quer correr uma maratona não pode parar na esquina porque se cansou... Imagino que se um sonho fosse fácil de realizar ele não seria um sonho. Agora, quando começar a ficar chato, gerar desconforto, chegou a hora de parar e fazer a contabilidade. E é importante perceber isso o quanto antes e ter certeza do que está acontecendo.
Eu cheguei nesse ponto. A volta de Galápagos é o que precisava ser feito. Era a coisa certa. Não sou suicida e ainda por cima tinha tripulação. Poderia ter chegado, forçando a barra até Galápagos. Mas seria difícil seguir adiante e não valia a pena o risco de forçar o barco, nossa saúde ou bem estar, por mais um "país visitado". E já tinha ido ao Equador antes ;)
Voltar foi duro... o resto, as decisões, são coisas que vem me ocupando a mente. Está tarde para cruzar o Pacífico. As pessoas que fazem isso começam em abril maio, porque no final de novembro começa a temporada de furacões. E depois tem furacões no Índico. Seria correr demais. Não daria tempo de cruzar quase meio planeta.
Agora tenho que pensar nos próximos passos. Poderia ficar velejando pelo Caribe, mas a temporada de furacão por lá vai até novembro. Meu caixa está baixo. Tinha planejado seguir velejando porque velejando se gasta muito pouco dinheiro. A grana se esvai nas paradas. O Caribe, cheio de ilhas próximas uma da outra se tornaria um sangradouro de recursos.
anjin era a ferramenta para realizar um sonho. Eu sabia que não poderia mantê-lo ad infinitum. A legislação brasileira não permite a importação de barcos usados, logo vendê-lo já era parte do projeto desde o dia em que o comprei. A diferença é que terei que antecipar essa etapa. Descobrir onde, como e quando.
Mas voltando ao começo do post, estou muito orgulhoso. Consegui criar coragem para partir, encontrar um barco, comprá-lo, reformá-lo com pouca ajuda, fazer uma longa perna em solitário, cruzar o canal do Panamá, convenci duas pessoas super capacitadas a me acompanhar (e várias outras que não puderam aparecer por motivos de força (e filhos) maior). Logrei manter um relacionamento, ainda que com dificuldades, apesar de um ou mais oceanos e várias horas de diferença entre nós. Vivi mais de seis meses sem geladeira ou sem água corrente. Aluguei carros quando precisei mas a maior parte do tempo foi com uma bike e transporte público. Fora a grana com o barco gastei muito pouco... vivi frugalmente um sonho 24 horas. Literalmente eu dormia e acordava nele. E sou agradecido por isso.
O futuro?! Não sei, o tempo dirá. Espero voltar e conseguir logo um novo dono para o anjin. Também tenho esperança de continuar servindo de inspiração para que pessoas deem aquele passo na direção da realização dos sonhos. E já tenho um novo projeto engatilhado, algo mais ambicioso, porque envolve prazos longos e outra pessoa.
Se você tem interesse em comprar um barco pronto para uma volta ao mundo, ou conhece alguém que possa estar interessado, me avise.
Vou me despedir com uma citação que me marcou muito... Posso falar para Mark Twain, com orgulho, que segui suas recomendações: soltei as amarras e velejei meu sonho, sozinho no meu barco, nos alíseos. Explorei e descobri muito mais sobre mim do que imaginava. Um brinde a isso!
"Twenty years from now you will be more disappointed by the things that you didn't do than by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail away from the safe harbor. Catch the trade winds in your sails. Explore. Dream. Discover.
Mark Twain"
Antes de seguir, queria esclarecer uma coisa. Sempre fui um cara muito chato. Cricri, detalhista, minucioso, rigoroso. Durante a maior parte da minha vida eu sempre reclamei do que não consegui fazer. Para mim era difícil olhar para trás e ver o que conquistei e me lamentar pelo que não foi feito, pois o que foi feito não era suficiente ou bom o bastante.
Não quero hoje demover pessoas de seus sonhos. A mensagem, apesar do título, é que é preciso insistir. Vá até onde der, até onde você se sinta que dá para ir. Mas atenção, você tem que sair de sua zona de conforto. Quem quer correr uma maratona não pode parar na esquina porque se cansou... Imagino que se um sonho fosse fácil de realizar ele não seria um sonho. Agora, quando começar a ficar chato, gerar desconforto, chegou a hora de parar e fazer a contabilidade. E é importante perceber isso o quanto antes e ter certeza do que está acontecendo.
Eu cheguei nesse ponto. A volta de Galápagos é o que precisava ser feito. Era a coisa certa. Não sou suicida e ainda por cima tinha tripulação. Poderia ter chegado, forçando a barra até Galápagos. Mas seria difícil seguir adiante e não valia a pena o risco de forçar o barco, nossa saúde ou bem estar, por mais um "país visitado". E já tinha ido ao Equador antes ;)
Voltar foi duro... o resto, as decisões, são coisas que vem me ocupando a mente. Está tarde para cruzar o Pacífico. As pessoas que fazem isso começam em abril maio, porque no final de novembro começa a temporada de furacões. E depois tem furacões no Índico. Seria correr demais. Não daria tempo de cruzar quase meio planeta.
Agora tenho que pensar nos próximos passos. Poderia ficar velejando pelo Caribe, mas a temporada de furacão por lá vai até novembro. Meu caixa está baixo. Tinha planejado seguir velejando porque velejando se gasta muito pouco dinheiro. A grana se esvai nas paradas. O Caribe, cheio de ilhas próximas uma da outra se tornaria um sangradouro de recursos.
anjin era a ferramenta para realizar um sonho. Eu sabia que não poderia mantê-lo ad infinitum. A legislação brasileira não permite a importação de barcos usados, logo vendê-lo já era parte do projeto desde o dia em que o comprei. A diferença é que terei que antecipar essa etapa. Descobrir onde, como e quando.
Mas voltando ao começo do post, estou muito orgulhoso. Consegui criar coragem para partir, encontrar um barco, comprá-lo, reformá-lo com pouca ajuda, fazer uma longa perna em solitário, cruzar o canal do Panamá, convenci duas pessoas super capacitadas a me acompanhar (e várias outras que não puderam aparecer por motivos de força (e filhos) maior). Logrei manter um relacionamento, ainda que com dificuldades, apesar de um ou mais oceanos e várias horas de diferença entre nós. Vivi mais de seis meses sem geladeira ou sem água corrente. Aluguei carros quando precisei mas a maior parte do tempo foi com uma bike e transporte público. Fora a grana com o barco gastei muito pouco... vivi frugalmente um sonho 24 horas. Literalmente eu dormia e acordava nele. E sou agradecido por isso.
O futuro?! Não sei, o tempo dirá. Espero voltar e conseguir logo um novo dono para o anjin. Também tenho esperança de continuar servindo de inspiração para que pessoas deem aquele passo na direção da realização dos sonhos. E já tenho um novo projeto engatilhado, algo mais ambicioso, porque envolve prazos longos e outra pessoa.
Se você tem interesse em comprar um barco pronto para uma volta ao mundo, ou conhece alguém que possa estar interessado, me avise.
Vou me despedir com uma citação que me marcou muito... Posso falar para Mark Twain, com orgulho, que segui suas recomendações: soltei as amarras e velejei meu sonho, sozinho no meu barco, nos alíseos. Explorei e descobri muito mais sobre mim do que imaginava. Um brinde a isso!
"Twenty years from now you will be more disappointed by the things that you didn't do than by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail away from the safe harbor. Catch the trade winds in your sails. Explore. Dream. Discover.
Mark Twain"
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Offtopic
Tem sempre umas surpresas que acontecem durante essas viagens mais longas.
O Chef escreveu um livro sobre cozinha a bordo. Isso chamou atenção da mulher do Garotinho que é amiga de um chefe espanhol que mora aqui no Panamá e tem um quadro em um programa de televisão. Ela colocou os dois em contato e o resultado foi um convite para participar do programa.
Assim, em um dia estávamos a bordo planejando a visita para Galápagos e no outro estávamos em um estúdio de televisão.
O prato executado foi uma farofa. Fiquei particularmente orgulhoso porque essa foi minha sugestão. Entretanto no final do programa a galera faminta da produção só comeu a choriça e deixou a farinha.... crianças, não sabem o que é bom.
O Chef escreveu um livro sobre cozinha a bordo. Isso chamou atenção da mulher do Garotinho que é amiga de um chefe espanhol que mora aqui no Panamá e tem um quadro em um programa de televisão. Ela colocou os dois em contato e o resultado foi um convite para participar do programa.
Assim, em um dia estávamos a bordo planejando a visita para Galápagos e no outro estávamos em um estúdio de televisão.
O prato executado foi uma farofa. Fiquei particularmente orgulhoso porque essa foi minha sugestão. Entretanto no final do programa a galera faminta da produção só comeu a choriça e deixou a farinha.... crianças, não sabem o que é bom.
os anfitriões do programa |
O Chef y el chef |
Assistindo nos bastidores |
Primeiro se aplica a galera VIP |
depois vem a galera da geral! |
Brinde final |
Assinar:
Postagens (Atom)