Impressionante mas já faz cinco dias que cheguei aqui. Daqui a pouco eu já tenho que renovar a marina. Admito que fiz muito pouca coisa nesses dias. Primeiro porque estava cansado da viagem e segundo o sábado e domingo não ajudaram a resolver nada externo.
Passei o fim de semana tentando, quase sem sucesso, conseguir iogurte, frutas, pão e coisas para fazer uma salada. Só consegui, no meio da tarde de domingo, uma baguete tão branca que parecia um fantasma. E sem personalidade nenhuma, o que é pior.
No domingo eu enxaguei o barco para tirar o sal (que ainda está acumulado em alguns lugares e vai requerer uns bons esfregões) e no final do dia liguei na tomada para recarregar as baterias. Passei boa parte do tempo do fim de semana aqui no lounge, onde tem ar condicionado, fazendo a atualização do blog, baixando as fotos da viagem, editando videos e tentando colocar o papo e e-mails em dia. O upload daqui é super lento...
Ontem fui, pela primeira vez, para o centro. Quase perdi a van mas consegui embarcar. Primeira surpresa: a estrada cruza o canal e tanto na ida quanto na volta tivemos que esperar vários minutos para navios atravessarem em nossa frente. A ponte fica bem no pé das eclusas. Você atravessa vendo aqueles portões enormes ao seu lado vazando uns filetes de água. Me vieram a mente duas coisas: uma é a porta abrindo e nós sendo levados pela água. A outra foram os portões enormes que guardavam o King Kong.
A segunda surpresa, uma dessas coincidências do destino, foi que sentei ao lado de uma brasileira, a Helô. Casada com um holandês, eles estão velejando o Caribe, junto com o filho, em um 42' de alumínio chamado "Mundinho". Conversamos sobre feijoada, farofa, vistos, dessalinizador e dicas diversas. Pena que eles partiram hoje.
Em Colon a van me deixou no meio da rua, na frente de um terminal de ônibus. Seguindo conselhos, tomei um táxi até o departamento de imigração. Era perto, mas descobri que qualquer táxi no centro de Colón custa só US$0,91. O detalhe é que você pode ter que compartilhar o táxi. Difícil foi achar o lugar. Não tem placa e fica escondido no primeiro andar de um prédio velho. Chegando lá não só me pediram as habituais 2 xerox de tudo, como queriam fotos, habilitação, carta de responsabilidade, e um monte de documentos que eu não tinha levado porque não sabia que ia precisar. Além do mais os caras querem $105 para carimbar o passaporte. Pouca vergonha.
Depois fui para o escritório da autoridade marítima panamenha conseguir uma autorização de cruzeiro. Dessa vez fui andando porque tinha que tirar cópias e fotos. A mulher da loja de cópias falou para eu ter cuidado. Perguntei se precisava tomar um táxi. Ela disse que não, mas era para eu ficar atento com a carteira. Consegui chegar bem no prédio da autoridade marítima e lá outro exemplo da ganância do governo panamenho. Embarcações estrangeiras pagam $198.00 para uma autorização de cruzeiro. Como o anjin está registrado no Panamá, paguei só $13.00. Bem, acho que vou ter que usar essa diferença para pagar meu visto. E já que estava no centro comprei um chip para o celular e fui a um mercado onde consegui comprar frutas, cereais e iogurte.
O dia hoje foi conversando com o encarregado de reparos aqui da marina. Vou contratá-los para fazer parte das coisas. Também estou trocando e-mails com o fabricante do leme de vento que explicou que a falha de deveu à instalação incorreta (feita por mim). Mas ele reconheceu que meu erro não estava escrito nas instruções e irão fazer uma correção no manual (apesar dele ter dito que eu sou apenas o segundo caso em 10 anos).
Estou tentando falar com o dono da oficina que me vendeu o regulador do alternador sobre o problema que enfrentei, mas acho que ele está me evitando. Chato isso. Também deixei recado com o mecânico aqui dizendo que ele já pode aparecer para resolver as coisas. E amanhã vou trabalhar mais no barco.
Só mudando um pouco de foco, a marina está esvaziando... já é quase baixa estação por aqui. Mas o tempo segue quente, o sol forte, a água clara. E vamos nessa.
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