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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Desacelerando

Infelizmente anjin não vai ficar pronto esse ano, é a conclusão da semana. O imediato e eu demos raça, fizemos vários avanços mas não vai ser possível terminar as coisas... assim a viagem para as Bahamas neste ano ficou comprometida.

Outras coisas também não foram fáceis essa semana, tanto na esfera pessoal quanto na esfera naútica, mas continuo tentando resolver as coisas. Pessoalmente os temas estão encaminhados mas as coisas com o barco seguem dificeis... as pendências em sua maior parte envolvem fornecedores que por uma razão ou outra não aparecem, ou são influenciados por fatores externos como o vento, que faz a alegria do meu gerdor éolico e impede o cara da vela vir aqui.

Na segunda o cara da capota veio instalar as janelas na frente do bimini. Ele não terminou tudo porque as ferragens das velas ainda não estão instaladas. Ele utilizou um material plástico chamado stratglass que é uma lâmina de filme transparente coberta com dois polímeros, isso ajuda a aumentar a resistência e durabilidade, sem prejudicar a transparência. Com essas janelas a impressão é que a capota é maior do que aparenta.

Terça foi um dia particularmente estressante: eu bati boca com o Pinky.... primeira vez que isso aconteceu desde que cheguei aqui. Tudo aconteceu porque ele disse que iria aparecer ao meio dia para consertar o painel e ás 1430 avisou que não viria mais. Cobrei profissionalismo da parte dele mas ele descambou para xingamentos e a bradar que eu o tentasse demitir. Baixei o nível... lamentável... fiquei pensando que todas as simulações de negociação que eu fiz não serviram para (quase) nada... lembrei também de outra vez em que perdi a paciência com um fornecedor  na época em que eu trabalhava em SP, mas achei que ali foi má fé dos caras.

No final da terça fui pagar o mecânico e depois mercado. Para minha surpresa recebi um telefonema do estaleiro dizendo que tinha uma desistência no dia seguinte para içar o barco. Liguei para o cara da fibra para perguntar se ele podia fazer o serviço no dia seguinte e confirmei com o estaleiro. Depois foi sair para comprar diesel, checar horário das pontes, avisar a marina, planejar o roteiro, lista de atividades, separar material. Confesso que fiquei super-empolgado mas incerto sobre a reação do imediato. Mas ele topou de boa, ainda que supreso.

No dia seguinte sai mais atrasado do que planejava pq tive uma conversa, longa não prevista, com J. Mas o papo foi importante e valeu cada minuto. Deu para sair com o coração mais leve (e o motor mais acelerado para recuperar o atraso). Apesar da pressa cheguei 6 minutos atrasado na ponte e tivemos que esperar quase meia hora para a próxima abertura. Aproveitei para ficar derivando no rio... o barco deslocava rápido só com o vento e sem velas. Em compensação, quando passei pela ponte a funcionária, mal humorada, me avisou para da próxima manter uma distância de 20 metros da ponte.

Percebi que qundo em alta rotação havia muita fumaça vinda da cabine de popa... não era fumaça do escapamento, logo fiquei imaginando se era óleo em cima do motor, graxa, alguma mangueira ou correia. O vento na ida vinha de cara, quase 18 nos e nós seguindo a 5, o que dava  um vento aparente nada desprezível.

A passagem pela eclusa foi meio caótica. Tinhamos preparado o barco para passar atracados em um determinado bordo mas nos instruíram para mudar de bordo. Aí começou uma sucessão de problemas... o vento estava forte, o imediato não conseguiu prender o barco na primeira aproximada e depois rolou um lance comico-trágico: ele ficou com uma perna no barco e a outra no muro... para evitar cair na água ele pulou para cima do muro. Imediatamente o responsável pela eclusa começou a dizer que tinhamos que ficar no barco, nada de ficar em cima do muro...até parecia que o imediato estava ali porque queria. E como o cabo não foi amarrado no cunho, o imediato teve que segurar na unha, ou melhor, no braço, o peso do anjin no vento. E eu ficava feito um maluco checando motor, outro cabo de amarração e ajudando ele. Pelo menos vimos uns golfinhos na eclusa e diversos passáros pescando no turbilhão de água que passava pelas comportas. Mas o nível da água estabilizou e pudemos seguir adiante rumo à última ponte e ao esteleiro.

Drummond disse que tinha uma pedra no caminho. Eu encontrei uma balsa de obrasem nosso caninho. Não dava para entrar no estaleiro e tivemos que ficar rodando pelo porto. Resolvi parar em  um clube para encher os dois tanques de diesel... primeira vez que faço isso. Coloquei 28 galões!

A balsa saiu e segui para o travel lift... entrada dificil, não tem espaço para defensas e cada toque no concreto é um arranhão... o vento forte não ajudava... tive que manobrar algumas vezes para conseguir colocar o barco em uma vaga em que só sobra 15centimetros de cada lado. E considerando que o barco tem 13 X 8 metros, isso não é fácil.

Uma vez içado fiquei contente em ver que quase não havia rachaduras e poucas cracas no casco. A surpresa negativa ficou por conta dos zincos (que protegem o barco da eletrólise). Normalmente eles duram um ano, mas no meu caso eles não só haviam desaparecido como já havia marcas de desgaste no hélice... agora é preciso descobrir onde existe a perda de corrente que está causando isso.

Troquei os zincos do hélice (felizmente eu tinha um jogo reserva), coloquei um zinco adicional no eixo. O imediato pintou o casco nos lugares onde faltava tinta econseguiu abaixar a quilha; o cara da fibra colocou o registro novo e selamos o antigo. Tudo isso em 3 horas. Só não foi mais tranquilo porque o dono do estaleiro ficou enchendo o saco para recolocar o barco na água. Além do mais cobrou uma hora a mais por uso do travellift por causa de cinco minutos de atraso. Depois de muito choro consegui que ele me cobrasse apenas meia hora. Dureza.

Tirar o barco da vaga foi igualmente complicado. Para tornar as coisas mais emocionantes, ao correr para evitar que o barco batesse em um pilar eu dei uma topada com o dedão no anti-derrapante. Um monte de sangue começou a surgir, mas eu não sabia se era a unha que tinha saído ou o tampo do pé. Ao ligar o motor o dedão doia tanto que eu acabei engrenando vante ao invés de ré... felizmente nada aconteceu (com o barco, pois o dedão continuou doendo) só gritos do imediato e do dono do estaleiro. fo maus... Depois de várias idas e vindas e de uma ligeira colisão consegui tirar o barco da vaga. Aprendizado: quando mais defensas melhor, principalmente nesses espaços apertados.

Saímos muito tarde para pegar a ponte e tivemos que esperar 2 horas e meia para a próxima abertura. Navegamos devagar até o começo do canal, em mar aberto, e depois votamos só no vento. O barco velejava a 3 nós com  um vento de 8 - 10 impressionante. Limpei o dedão e descobri que minha unha continuava lá. O tampo havia voltado para o lugar e o sangramento parado. Anti-séptico e mertiolate e eu já estava quase pronto para outra até que o imediato, inadvertidamente, chutou meu dedão... dor, imagino que muitos xingamentos também, mas o silêncio do barco "velejando sem velas" pelo canal me animou. Acho que a visão do anjin pseudo velejando também animou o cara da fibra, que nos acenou efusivamente da varanda de um bar no canal.

A volta ocorreu tranquila. O imediato não vacilou e laçou o cunho na eclusa logo no começo . Assim pudemos aproveitar o por do sol na eclusa, novamente acompanhado de golfinhos. Tivemos que esperar novamente na outra ponte, mas nem tanto. E a operadora ainda foi mais bem  humorada. Mas nem tudo são rosas... o rio de noite é de difil navegação. Não existem boias, mas placas, e poucas são iluminadas. O canal de entrada da marina não tem nenhuma luz e sofremos para encontrar as placas de sinalização. Ambos confundimos um sinal de transito com luzes de marcação, pois hora estavam verdes, hora estavam vermelhos (como as luzes que marcam as extremidades de um canal). A atracação foi menos traumática que a primeira, mas foi meio tensa por causa do vento que jogava para cima do pier e da escuridão, mas conseguimos amarrar ajin. À noite fomos jantar fora.

Dia hoje foi sem grandes empolgações. Passei a manhã lendo o artigo de final de trimestre da J. O leme de vento chegou. De tarde fui pagar o seguro, dar ultimos pitacos no artigo e depois ir arrumar coisas no barco. O imediato saiu para comprar peças.

Semana que vem já é natal. Tenho que dar uma arrumada nas coisas e criar espaço. E  muita gente não vai trabalhar, por isso vamos começar a desacelerar. O imediato disse que deve viajar em algum momento da próxima semana... por isso, é hora de desacelerar, pelo menos por esse ano.




2 comentários:

  1. Poxa, olha quase todo dia o anjin online e nem percebi que ele saiu da marina.... aliás, não tenho certeza se olhei no dia da viagem. Bom, vou continuar no meu Big Brother. O ritmo da reforma pode desacelerar, mas o sonho não!! Abraços e um bom retorno pro imediato

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  2. Vc tem um zinc saver instado? http://www.pmariner.com/news5.php

    Pode ajudar no problema dos zincos.

    abraço, e boa sorte com a reforma.

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