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domingo, 5 de agosto de 2012

A conquista do Sudoeste

Cada milha em direção à ilha Malpelo, uma posessão Colombiana a mais de 200
milhas da costa, é uma briga. O vento insiste em soprar na direção
contrária, sempre. Não sei como está a corrente de Humboldt, mas como
estamos fazendo um curso mais longe da costa do que imaginavamos (por causa
do regime de ventos) não sei direito como está a atuação dela. Li também que
esse é ano de la Niña, assim as coisas ficam ainda mais esquesitas.

Ontem rolou outra tempestade... por muito tempo foi apenas raios muito
foretes. Depois começaram os trovões. Achei que era risco demais
atravessá-la, apesar de estreita, e decidi desviar dela. Ainda assim fomos
pegos pelo final dela. Felizmente o vento não estava tão forte quanto
na tempestede de sexta feira. O que me assustava mais era a possibilidade de
um raio cair no barco e não só machucar alguém mais também queimar todos os
aparelhos elétricos.

Almoço-janta de hoje será por minha conta (e eu também preparo o café da
manhã). Vou fazer umas lentilhas e uma salada com o alface que temos e o
tomate que sobrou (tivemos que jogar vários fora). Falando em comida, ontem
eu achei gorgulhos dentro do macarrão (na verdade parecia mais com o bicudo
do algodão). Tinha outros na caixa. Por isso tivemos que fazer uma inspeção.
Na outra caixa da mesma marca também tinha bichos. Abrimos metade dos
Barilla que tinhamos comprado e eles estavam livres, felizmente. O restante
dos cereais está guardado em embalagens a prova d'agua, então imagino que
estarão livres desses clandestinos indesejáveis.

Acho que a previsão de chegada em Galápagos vai ser de 10 dias mesmo, a
não ser que comecemos a andar mais rápido depois da Ilha Malpelo. Até o
momento estamos beirando 100
milhas de dia, sendo que de ontem para hoje só fizemos 90. E a rota, em
linhas retas é de 920 milhas, mas com os zig-zags do barco vai dar muito
mais do que isso.

O regulador de voltagem está funcionando, mas ele ainda precisa ser ajustado
pois não está carregando as baterias completamente (mas pelo menos ele não
para de funcionar como o outro). Uma pena, pois com essa motorada toda as
baterias deveriam estar mais carregadas (o piloto automático tem um apetite
voraz). Ainda não tivemos tempo de montar o Aleixo, preciso fazer uma emenda
em um cabo e para isso não pode ter nem vento nem chuva (e preferivelmente
com pouco balanço). Por falar nisso, ontem tomei um susto. Escutei um
barulho de coisa caindo na popa do barco. Achei que tinha periddo o leme de
vento, de novo. Mas descobri que tinha sido um pelicano marrom mergulhando.
Que alívio!

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