Estou aqui no bar de novo... atualizando o blog e fazendo alguns contatos. Saudades do tempo em que podia trabalhar com internet no barco. Mas estou me perguntando por que as partidas são sempre tão corridas. Já estou no Panamá há um mês e meio... e ainda assim estou correndo para arrumar as coisas para partir. Já estou até achando que só estou parando em portos com visgo ou algo do gênero que me fazem ficar muito mais tempo do que o planejado. Foi assim na Florida, foi assim aqui... como disse um cara na marina lá em Cocoa, no ritmo da reforma eu ia demorar 30 anos para chegar ao Brasil.
A razão que ainda estou aqui é a demora para a chegada do regulador de voltagem do barco. O fabricante substituiu o regulador original na garantia. Só que enviaram os cabos e esqueceram de enviar o regulador!!! Para complicar eles enviaram por FedEx Economy que demorou 3 dias a mais para chegar. A peça deveria ter chegado aqui ontem, mas por causa das chuvas o FedEx não foi entregue no prazo... ou seja, não comam aquela história de Tom Hanks se esforçando para entregar no prazo. Nem sempre isso acontece. Instalei a peça agora de noite... não deu para testar direito.Depois eu falo o que descobri. De cara o sensor de temperatura já deu erro... suspiro.
Apesar da temporada prolongada por aqui, estive muito envolvido com atividades em terra. Minha mãe apareceu para me visitar e na sequencia J chegou. Essa overdose de carinho foi muito bem vinda. Com minha mãe não deu para sair com o barco porque eu consegui torcer o pé durante a visita dela e ficava difícil me deslocar rapidamente a bordo...
Com J nós saímos junto com Garotinho e esposa para um passeio na Baía do Panamá até a ilha de Taboga. Não ancoramos por lá porque a correnteza estava forte. Todos os barcos lá estavam em poitas, mas como não sabíamos se eram poitas privadas ou não, seguimos o passeio. Demos um mergulho no Pacífico. Garotinho e eu conseguimos nos queimar com águas vivas... má fase. Usei o velho truque do xixi, que pode enojar alguns mas funciona. Na volta mudamos de ancoragem para a Brisas do Amador, o espaço de ancoragem público... o fundo era terrível, a ancora não unhava. Um cara me avisou pelo VHF que em 4 metros de profundidade eles estavam usando 45 metros de corrente!!!! O anjin só tem 12 metros de corrente e 50 metros de nylon. No primeiro dia quando o vento mudou nós quase batemos com outro barco... então levantamos âncora e fomos para outro ponto. Dei mais cabo, só por garantia. O problema é que sempre rolava uma insegurança se o barco estaria lá quando voltássemos. Além disso a área de desembarque era péssima, com uma escada perigosa escura e cheia de limo, além dos indefectíveis barquinhos de plástico para ir do pier para a escada.
Na manhã em que iriamos partir para o arquipélago de Las Perlas descobri água no óleo do motor. Não consegui achar o mecânico que consertara o guincho aqui na cidade do Panamá então liguei para o mecânico em Colón. Ele explicou que era água que tinha entrado pelo escapamento e passou a receita para consertar. Foi meio deja vu com o incidente do motor de popa. Passei um bom tempo em cima do motor. Drenei o óleo e depois girei várias vezes na mão. Depois novo óleo e teste. Motor funcionou. Bom. O mecânico veio aqui depois para ver o que tinha acontecido: constatou que uma das mangueiras do escape estava muito baixa e com o barco balançando e com tanques cheios a água que vinha pelo escapamento lentamente inundava o motor. Ele elevou o ponto e deixou como dever de casa acertar as mangueiras e conexão. No dia seguinte troquei o óleo e o filtro e votamos para o Balboa Yacht Club. Comprei um saco de gelo de presente para J.
E aqui estou desde então, duas semanas. No fim de semana retrasado foi a despedida da J. O sábado foi curtido no barco com cava espanhola, violão e camarões. No domingo fiz uma moqueca de despedida e de boas vindas ao novo membro da tripulação do anjin, o Chef. Um capítulo da história anjinesca terminava e outro começava.
Agora anjin voltou a ter tripulanteS. O chef vai passar um tempo a bordo... ele ainda não está muito certo de até que ponto ele irá, mas o plano é seguir pelo menos até a Polinésia. Ele é um conhecido meu do grupo Altomar e foi meu guru de vela lá em Brasília. Para parafraseá-lo, o cara é um sujeito "safo de mar e guerra". Veleja há muito tempo, é pai de família, bom de prosa e, como o codinome dele já explica, bom de cozinha. Para mais informações, dê uma olhada no blog dele.
Amanhã partimos para Galápagos. Já pegamos o zarpe, carimbamos os passaportes. Estamos empolgados. As coisas vão ser diferentes. Com uma outra pessoa a bordo tocar o barco e fazer as atividades cotidianas ficam mais fáceis. Por outro lado tem o lance da convivência longa em espaços apertados, mas isso é algo que teremos que administrar. O chato é que o caminho para Galápagos é cheio de calmarias, correntes e ventos contrários. Mas isso é assunto para outros post. Até lá.
um saco de gelo na altura do equador é como trazer a melhor caça do dia pra dentro de casa. uga buga, milov
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