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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Parte da história 2

Hoje teve mais um lançamento do ônibus espacial. Esse foi o último, prometo (ou pelo menos foi isso que me contaram). Tinha muito mais gente presente hoje no lançamento do que da vez passada. Segundo a Nasa, entre 750 - 1 milhão de pessoas estavam assistindo o evento. Achei esse número exagerado e preferi acreditar nos 75000 pessoas que vi em algum site. Mas as pessoas acompanharam em voz alta a contagem regressiva e tinha muitas bandeiras para comemorar o que a Nasa chamou de "America at its best". A situação está feia aqui pessoal, o governo (e as pessoas) buscam pontos de referência de sucesso e melhora. O final do programa do ônibus espacial vai ser um banho de água fria para a região. O preço dos barcos aqui já começou a cair porque o pessoal da Nasa envolvido vai se aposentar e/ou partir.

Tinha tanta gente por aqui que o o engarrafamento depois do lançamento durou mais de 3 horas, tamanho era o número de carros parados em todas as pistas dessa região chamada Space Coast. Aparentemente, houve acidentes também com pessoas atravessando as pistas e com carros trafegando por "caminhos alternativos".

Mudando de assunto, em uma de minhas leituras críticas do site percebi que eu falo de mudança climática e ainda não aprofundei sobre isso. Bem, eu deveria. Há cinco anos eu fui para a Inglaterra fazer um mestrado em mudança ambiental e gestão. Um dos pontos principais do curso era o estudo do fenômeno das mudanças climáticas, tema que eu trabalhei no Brasil nos últimos dois anos. Tratei dessa questão na época do meu trabalho na assessoria internacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário e, principalmente, enquanto assessor no escritório da Oxfam Internacional no Brasil.

Um dos grandes problemas que tem relação com as mudanças climáticas é o aumento do nível dos mares causado por derretimento das calotas polares. Isso não vai impactar Brasília, que está bem protegida a 1000 m sobre o nível do mar, mas a cidade baixa em Salvador, os aterros do Rio, as terras baixas na Holanda vão ser impactados. Contudo, a situação vai ser muito pior para os habitantes de pequenas ilhas que, literalmente, não tem para onde correr nem recursos para investir em políticas de adaptação. E para quem imaginou subir em um coqueiro como solução, não dá para ficar em cima do coqueiro para sempre. Isso só funciona, de vez em quando e olhe lá, para Tsunamis.


Surpreende-me que o pessoal daqui da Flórida não se leve a sério a questão das mudanças climáticas. Entendo que o americano do Oklahoma ou Dakota não se importe, mas aqui o estado é baixo, cercado de água (quente) e passage de furacões. Ao menos os floridianos deveriam considerar que a radicalização das tempestades vai aumentar o preço do seguro deles...

Durante minha viagem eu pretendo visitar alguns pequenos Estados insulares para observar o que está acontecendo em relação às mudanças climáticas e como as comunidades e governos desses países estão se mobilizando para tratar a questão. Além do problema do aumento do nível do mar, mudanças nas estações, correntes marinhas, salinidade e acidez dos mares também relacionadas ao complexo fenômeno das mudanças climáticas contribuem para prejudicar a sobrevivência das populações dessas ilhas remotas.

Imagino que esse processo de visita e registro será engrandecedor tanto para a parte profissional quanto a cultural. Essas regiões são o que podemos chamar de lugares em extinção. Vocês ainda vão ouvir falar mais disso por aqui. Aguardem!

Um comentário:

  1. Achei legal este "bo-bo-bônussss" (piada interna SSA 1990's) sobre mudança climática, além das notícias anjinísticas! Observar, pelo caminho, o efeito do fenômeno que passou um bom tempo estudando deve ser interessante. De repente disto aí nasce um artigo, um relatório, sei lá...

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