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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Dias longos

Ainda não vai ser dessa vez que vou escrever meu post filosófico. Estou muito cansado para isso hoje. Os dias tem sido longos - temos acordado cedo para trabalhar no barco. O bom é ver as coisas tomando forma. Antes era dificil ter essa percepção, mas agora o quebra-cabeças vai ganhando corpo.

Ontem cedo começamos a trabalhar nas pendências. Colocamos a redução da esteira da vela e um dos cabos de rizo da vela mestra. O imediato conseguiu destravar um dos mordedores que estava emperrado. Depois marcamos o lugar da balsa e fomos fazer os furos. O imediato saiu para comprar uns parafusos e afins enquanto segui trabalhando na instalação. Tinha que esperar o cara da fibra aparecer, por isso não podia sair. Depois percebi que poderia ter usado uns parafusos de madeira ao invés de parafusos passantes, mas não tenho ideia de quanto vai ser a tensão que a balsa vai fazer no suporte em caso de tempestade.

Enquanto o imediato estava fora aproveitei para falar com J. É sempre bom escutar a voz dela... sinto saudades.

Quando o imediato voltou terminamos os furos e colocamos o suporte e depois a balsa no lugar. Espero que nunca tenha que utilizá-la, mas se for necessário, ela estará lá. Por falar em estar lá, isso foi outro ponto que me fez pensar muito: a localização a balsa. A balsa deve ser localizada o mais perto possível da água. Contudo, localizá-la perto da água significa deixá-la mais vulnerável aos amigos do alheio ou à mãos curiosas. A outra localização que pensei era em uma das akas traseiras (travessas que ligam os cascos). Mas o designer já tinha me avisado que por causa do gerador e da localização das baterias eu precisaria concentrar peso no centro do barco. Entao decidi colocar a balsa exatamente na frente da capota do cockpit, onde compromete menos o equilíbrio do barco e fica mais longe dos curiosos (e também da água).

Hoje o dia começou cedo com um mecânico vindo ao barco para resolver o problema do vazamento de diesel. O vazamento da bomba injetora foi rapidamente solucionado: o segundo mecânico, que montou a bomba, usou juntas antigas (originais) que deixavam vazar combustível. O pré filtro de combustível que também vazava aparentemente estava com a válvula de sangria com problemas. Ele deu um aperto na válvula que parece ter resolvido o problema. Mais complicado foi o caso da fumaça. O motor não está atingindo a rotação máxima com carga, aparentemente por causa de incompatibilidade com a hélice. Não sei se foi por causa da mudança da transmissão ou algum problema com a hélice, mas o motor está sobrecarregando e não atinge seu máximo. Outro complicador é que como essa hélice tem passo variável, ela não está no passo correto para uso a vante e não dá para testar sem botar o barco para andar de verdade (não dá para fazer no pier).

O resto do dia foi de visitas. Chamei um novo cara para trabalhar com a fibra. Depois de mostrar o que tinha que fazer ele me pediu 1500 dólares. Agradeci e falei que nós tinhamos gasto tempo pois esse valor erra "unreal". Então ele baixou para 750 dólares. Falei que ainda estava caro e ele reduziu para 500. No final ficou por 400 e eu dava o material (que já tinha comprado). Depois ele me falou, na maior tranquilidade, que está acostumado a trabalhar com pessoas que pagam o primeiro valor que ele pede... assim não dá, camarada.

Depois o serralheiro veio aqui. O que eu demorei 45 minutos para fazer, ele fez em pouco menos de 1 minuto. Em 5 minutos ele fez cada furo e terminou o serviço. Nada como a ferramenta certa para cada trabalho. Na sequencia fui no cara da vela fazer umas encomendas e conversar sobre o leiaute do convés.

No meio tempo o imediato ficou tratando do encanamento da pia da cozinha. Quando voltei nós colocamos as escotas na genoa e colocamos a segunda linha de rizo na retranca. Eu coloquei os parafusos para travar o traveller no lugar e separei  umas ferragens para amanhã.

No começo da noite fui no barco do cara que trabalha com mastreação para discutir a colocação do guarda mancebo do barco. A conversa acabou ememendando com pesca, cruzeiros pelo caribe e dicas sobre água para beber, cozinhar e tomar banho.

Agora de noite fiquei meio encucado com um barulho que comecei a escutar ontem à noite. Um ruído ritimado, desconhecido. Pensei que fosse um clandestino... não uma pessoa, mas algum bicho. Observei que o barulho, que só escutei à noite, vinha da frente do barco, aparentemente do cockpit. O imediato disse que também escutava o ruído e que vinha de trás do barco. Deduzi que deve ser algum ruído causado pela movimentação do gás na placa fria da geladeira porque ao encostar o ouvido era possível ouvir um ruído parecido vindo da geladeira e notei que o motor estava funcionando até pouco tempo. Vou ficar de olho nisso. O curioso é que o barco funciona com uma caixa acústica que fica reverberando o som.

Para finalizar mais um motivo para partir logo daqui. Hoje de manhã observei um bicho diferente na água... não eram os golfinhos que passam aqui dando shows, que encantaram J, nem os peixes-boi esbanjando malemolência. Acho que nosso novo vizinho, mesmo que de passagem, era um jacaré...

That's all folks!

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