Depois de tentar tirar as manchas do casco com 3 produtos diferentes (água sanitária industrial, limpador de fogão e um removedor de manchas industrial) tive que me render. Comprei uma garrafa de uma mistura de ácido muriático com ácido oxálico. Já tinha usado isso quando comprei o barco e não tinha boas lembranças. Arde na pele, estraga roupas, tem um cheiro horrível e ainda queima as vias aéreas. Mas funciona.
Então usei o produto que conseguiu remover com facilidade as manchas amareladas do casco. sim, usei uma camisa de mangas compridas, luvas... e lamentei de não ter uma máscara melhor do que a de pintura para usar o produto.
Na sequencia o barco foi pintado na quarta feira, retoques foram dados ontem. A nova hélice foi instalada ontem de manhã, bem cedo. Por falar em ontem, esse foi provavelmente o dia em que eu mais trabalhei esse ano. Comecei antes das oito e só fui terminar as 22:00. Lembro que as nove da noite eu estava em cima da escada usando a politriz praticamente no escuro. Não é o cenário ideal mas melhor do que nada.
Hoje acordei cedo, tão cedo que ainda estava escuro para trabalhar. Consegui passar cera na linha d'água (no lugar onde passei o ácido) em 4 faces dos cascos, ficaram faltando 2 (as da ama de boreste). Paciência, mas não deu para fazer mais do que isso com o dono do estaleiro fazendo pressão para eu sair. É sem saudades que eu sai de lá. Espero que não tenha que voltar mais...
O lançamento do barco foi relativamente tranquilo. Não quis correr o risco de levantar a quilha, por isso insisti em partir com ela abaixada. O senhor canadense me ajudou na saída. Sinceramente, a parte mais complicada da partida foi encontrar um pier livre para desembarcá-lo. Pensei em deixá-lo no pier onde ficam as bombas de combustível mas já tinham dois veleiros estrangeiros lá abastecendo. Deu trabalho mas encontrei um ponto para ele desembarcar, e com um pequeno pulo ele já estava são e salvo. Quero ser ativo desse jeito quando também chegar nos meus 72 anos.
Ao invés de rumar direto para o rio e a marina, resolvi ir para o oceano, aproveitando que estava cedo e o dia estava bonito. Antes insisti mais uma vez em tentar calibrar o piloto automático e consegui. Claro que eu já estava meio preocupado, depois de dar 5 voltas no meio do canal, até que o piloto automático calibrasse a bússola. Depois o piloto fez 25 manobras de zigzag para aprender o funcionamento do barco. Mas a partir daí foi só alegria. Consegui engatar o piloto e dava para ir na frente do barco acertar coisas ou lá dentro sem me preocupar em sair do rumo.
Fui até quase uma das últimas bóias do canal do Porto Canaveral, procurando vento. Mas só tinha merreca. Assim resolvi dar meia volta e rumar para a marina. O barco com a quilha abaixada se comportou muito melhor, obedece mais ao leme e tem muito pouca tendencia a derivar (pelo menos no motor). E por falar em motor, com a hélice nova instalada deu para chegar na rotação máxima possível (para falar a verdade, essa hélice ainda não é a correta porque deu para passar da rotação máxima). O barco chegou a 7,5 nós em 3000 rpm. Acho que sem as defensas do lado, sem vento nem ondas ele deve chegar nos 8 nós.
Tive que levantar parcialmente a quilha, mesmo contra minha vontade, porque as vagas daqui da marina só tem 1,80 de calado e fico com medo de com as marolas o barco descer muito e danificar quilha. O que descobri é que com a quilha abaixada sai água e vento pelo buraco dos cabos. Felizmente o imediato tinha instalado umas borrachas de vedação que minoraram o problema. E a outra coisa que descobri é que tenho que prestar atenção ao mexer com a quilha... ela demora para se mexer mas quando se movimenta anda muito rápido. Resultado, ela subiu com força total e me molhou, assim como ao interior do barco. Ai tive que baixá-la novamente. Fiz um pouco de força na catraca mas subitamente ela começou a baixar de vez... 8 ou 80 vai ser o apelido dela.
O pessoal da marina me ajudou a parar o barco, mas o vento estava favorável e daria para ter parado sozinho. Agora é começar a arruma as coisas dentro do barco, fazer a lista de compras, providenciar as ultimas coisas que faltam e preparar para a partida. E claro, ver se vou viajar com o ácido ou jogá-lo fora... ele é prático, mas o risco de derramar e estragar um monte de coisas ou causar um acidente é grande. Veremos amanhã quando eu acordar descansado.
Mesmo 'anjinomoto' e muito bom saber que ele esta se comportando bem.. Acho que se nao da pra viajar com esse acido, nao vale a pena viajar com esse acido... Afinal muita onda ainda vai bater,, Hehehe
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