Bem, estou de volta no anjin.
Para alguns 15 dias podem ser férias demais. No meu caso, queria que fossem mais dias para poder ficar mais tempo com J. Por outro lado, quanto mais tempo eu fico longe do barco, mais demora para eu começar a viagem. Dessa forma, duas semas foi um bom equilibrio. Exceto pela busca em Cartagena por um estaleiro para fazer a pintura, eu me desliguei bastante do processo de reforma. Para falar a verdade, J era quem me lembrava disso, inclusive quando descobriu sobre a tempestade Emily.
Essas duas semanas também foram importantes para eu perceber coisas e pensar como vou encarar algumas situações daqui para frente. O mais importante é tentar curtir mais as coisas, aproveitar as oportunidades que aparecem.
De importante na viagem foi que achei um estaleiro que dá para tirar o anjin da água. Na verdade esse lugar iça até navios. Infelizmente os caras não responderam meu pedido de orçamento. Como no resto dos países da América Latina, a infra para barcos em Cartagena é bem fraquinha. O Club Nautico está em obras e ficava difícil até de andar pelo pier. Fiquei até com medo das conexões elétricas. Cada poste tinha uma tomada diferente (o que por outro lado até pode ser bom). Notei que muitos barcos ficavam nas redondezas do clube, fora do pier. E também havia muitos barcos sendo reparados dentro d'água por lá. Fico imaginando como são os prazos...
De Cartagena fomos para San Andrés, uma ilha no Caribe que pertence a Colômbia. Ilha muito bacana mas com muitos poucos veleiros no porto, só vi 4 yachts por lá. Acredito que a razão é porque a ilha está na rota de furacões (sim, essa história dos furacões me persegue) e o porto não é lá muito abrigado. Para falar a verdade, fiquei "de cara" com a quantidade de barcos encalhados ou afundados por lá. J até fez um mergulho em um barco naufragado. Eu queria muito ter ido, mas infelizmente não pude acompanhar porque tive que fazer um "cursinho" de mergulho. Percebi que vou ter que fazer um curso para poder alugar equipamento quando precisar fazer algum trabalho no barco embaixo d'agua ou até mesmo mergulhar em algum lugar do caminho. Esse lance desses cursinhos é um atraso de vida. Um fato marcante foi ver um trimarã "feito a facão" por lá. O barco, bem tosco, estava incabado e tinha uma galera a bordo. Chamou a atenção o estilo antigo (estreito) e o mastro atarracado.
Bogotá foi legal, mas um choque térmico para quem saí do nível do mar. A temperatura média de 14º e os 2800m de altura eram facilmente percebidos para quem estava com a pele fustigada pelo sol. Em nossa última noite em Bogotá fomos jantar com uns colegas da Oxfam. Eles se mostraram interessados em saber sobre os trechos da viagem. E a conversa girou sobre um monte de temas diferentes e sobre os pratos do chef Antonio. Congrats, man!
O ultimo dia foi triste e corrido. Não deu para me despedir direito de J. Já entrei no táxi discutindo o preço da corrida, não tive nem chance de olhar para trás para mandar uns ultimos sorrisos e beijos. No aeroporto filas, revistas e atrasos. Quase perco a conexão em Fort Lauderdale para Orlando.
Um parenteses aqui é necessário. Voei com a Spirit, uma companhia ULTRA-low-cost que opera nos EUA e em alguns países da América Latina. É muito fácil nessas empresas você gastar mais do que em empresas regulares. Tudo era cobrado a parte. Teoricamente você só pode levar bagagem de mão se pagar. E ainda assim se for um volume bem pequeno. Uma mala carry on paga US$45! Cada mala despachada é paga. Se vc paga na hora é mais caro do que pagar pelo telefone que é mais caro do que pagar pela web. Mas na volta eles foram mais relaxados sobre isso. Na Spirit você também paga pelo check-in! Ah, você também paga para usar o terminal de autoatendimento deles. Só não paga para usar o check-in pela web. Ah, e dentro do avião tem propaganda! Obvio que bebidas e comidas eram cobradas e não era permitido fazer fila para o banheiro (esse, por enquanto, não era cobrado)!
Quando cheguei no estaleiro em Cabo Canaveral as luzes do lado de fora do galpão estavam acesas. Que bom, teve uma época em que elas estavam queimadas e nas noites escuras ficava dificil enxergar as coisas. Religuei minha extensão na tomada, abri o barco para dar uma ventilada e recoloquei o ar-condicionado no lugar. Era uma hora da manhã e fazia 25º... outro choque em relação à Bogotá. Dormi muito bem em minha caminha pequena (apesar das saudades de J). Para falar a verdade, toda hora no sábado eu me virava para fazer algum comentário achando que J ainda estava do meu lado.
No domingo e hoje choveu muito. Acho que são os vestígios da tempestade tropical Emily. Hoje fui conversar com o cara da fibra de vidro e com o cara do plástico para seguir com as obras. Telefonei para o mecânico para definir quando vamos terminar as coisas. No final da tarde fui encomendar duas baterias de 250 Ah para o barco. E a chuva continuava.
Se a chuva der uma trégua, amanhã vou trabalhar fora do barco. E também vou colocar algums fotos da viagem.
E já aviso. Preparem-se porque muita coisa deve acontecer nos próximos dias.
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