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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A vida em check marks

Conforme comentei em um post anterior, estamos vivendo a base de listas, o que falta fazer, prioridades, etc. Um dos grandes momentos do dia é poder ticar, fazer um check mark, os itens. E assim vamos levando. Para mim a felicidade não é ter conseguido fazer mais alguma coisa, mas ver que existem menos coisas a serem feitas.

Na segunda feira eu fui na veleria encomendar  uns cabos para poder içar o barco, caso necessário, e encomendar as linhas salva-vidas (umas fitas que correm na extensão do barco) na qual nós prenderemos nossos cintos de segurança durante o tempo em que estivermos em alto mar.

Na sexta feira passada o cara da capota veio aqui e trouxe as janelas de volta já com os reforços para passar as cabos. Ele também me ajudou a consertar as capas das gaiútas. Descobri que o problema era ignorância minha. Como o material da capa é muito duro, eu não consegui colocá-las sem que um dos lados se soltasse. Utilizando seus 25 anos de experiência trabalhando com lonas ele me mostrou como se faz. Nesse mesmo dia resolvemos não ir para o Happy hour da marina para adiantar coisas no barco. Perdi uma serra-copo, que caiu na água. Foi a primeira ferramenta que deixei cair na água, espero que isso não se repita. Não entendi exatamente o que aconteceu... quando acabei de fazer o furo na madeira caiu o pedaço de madeira e a serra, juntos, na água. Pelo menos foi depois de eu ter terminado o trabalho.
 
O imediato continua concentrado nas obras hidráulicas. No fim de semana ele instalou os tanques flexíveis de água. No domingo a tarde (mesmo com frio e o barco jogando muito) instalamos a mesa. Na segunda o imediato começou a trabalhar no sanitário e continua nessa. Eu tenho feito os furos, que são relativamente rápidos e ele tem exercitado a paciência domando as mangueiras. Mas toda hora tem um probleminha.

Ao longo desses últimos dias coloquei a antena de VHF extra, passei os cabos das velas de proa, coloquei o cabo da escota da mestra, apliquei silicone nos trilhos da genoa e do jibe (3 furos estavam deixando passar água), verifiquei o conserto do vazamento de óleo do motor (parou).

Entre os check marks importantes temos: a visita do eletricista de ego grande ontem para fazer a solda da antena de VHF e colocar um diodo no carregador estepe de bateria. Fiquei meio chateado porque, mais uma vez, tive que ouvir um eletricista reclamando do trabalho do outro. Ele não queria nem mexer no painel depois de ver que tinha um monte de fio que não tinha sido ele quem tinha colocado por lá. Com isso termina (espero) a novela dos eletricistas. O resto será feito in-house.

Hoje colocamos os suportes do Aleixo (nosso leme de vento). Amanhã a idéia é medir uma ultima haste para depois fazer a montagem completa. Não foi um trabalho fácil. O sol estava forte e tive que ficar duas horas na plataforma de popa apertando e soltando parafusos, suportes, arruelas e porcas. Óbvio que um pafrafuso ficou uns 5 milimetros curto e tive que sair para comprar outro.

Outro aspecto importante é que instalei os painéis de instrumentos de volta no lugar. Ontem instalei o painel do gerador e hoje instalei o painel do motor. O painel do motor não foi fácil. O Barriga colocou fibra demais nas peças e passei mais de uma hora lixando e testando para ver se o painel entrava. Não podia lixar muito porque queria preservar o máximo possível da fibra para evitar que o painel apodreça novamente. Nesse meio tempo andei pensando e conclui que a melhor coisa seria ter feito um painel com starboard (madeira artificial). Assim não precisaria fibrar, era mais fácil lixar, não apodrece. Paciência.

Por falar em paciência, estou começando a ficar sem paciência com a quantidade de gente que fica me parando enquanto estou trabalhando para conversar... eu quero terminar coisas e toda  hora aparece alguém para um dedo de prosa. O detalhe é que tem muita gente que quer conversar... mas a demografia da marina explica: a maior parte é de aposentados e estão aqui só esperando o tempo passar para ir para algum outro lugar (ou simplesmente moram no barco). Mas não sou aposentado nem craca para ficar aqui parado.. quero sair por aí, tenho um barco para terminar por isso, com licença, maõs a obra.

3 comentários:

  1. Melhor forma de espantar pessoas que só querem conversar é dando serviço. Quando algum aposentado parar pra um dedo de prosa, vire e fale: "você poderia me ajudar? Licha esta madeira pra mim." Em breve, todos irão evitar o seu barco pra correr do serviço!

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  2. Gostei da sugestão do fosgate. Outra coisa é colocar headfones, mesmo desligados, e quando alguém se aproximar começar a cantar qualquer coisa e dar apenas um aceno com a mão - Hi!
    Sobre o Dia da Marmota, tenho percebido também que estou em situação parecida. No ano passado comentei com o fosgate (ele é meu colega de trabalho) e citei justamente o mesmo filme.
    Mas o passo mais importante quando se está no Dia da Marmota é justamente conseguir identificar que está nele! A partir daí podem ser tomadas ações. Portanto, você está no caminho certo. Keep Walking!

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  3. Fosgate, essa ideia eh interessante, mas até acho que eles vão aceitar e vão ficar falando sem parar aqui no barco, e tem muito palpiteiro por aqui...

    Breu, a ideia dos headphones é mto boa.

    O dia da marmota é um filme iconico e materializa um dos grandes dilemas da sociedade. mas se uma pessoa percebe que está vivendo um dia da marmota, acho que já é um grande passo no caminho de uma solução. Tem gente que coloca no automático e nem percebe isso.

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