Fim de semana foi cheio de altos e baixos - literalmente.
Aos poucos vou descobrindo um pouco sobre as particularidades locais. Constatei que nos fins de semana de sol anjin balança muito, as vezes insuportavelmente, pois tem muito trânsito de lanchas saindo para pescar que passam em alta velocidade no canal não muito longe daqui. O resultado é que as marolas atingem meu mundinho (aka anjin) duplamente: diretamente vinda dos barcos e as que refletem no quebra mar onde estamos ancorados. Assim o fim de semana foi subindo e descendo, colidindo contra a parede. Tem horas que eu saio assustado para ver o que está acontecendo, se as defensas estão aguentando. Aparentemente eu já consegui um ajuste que permite resistir a maioria delas, mas tem horas que as marolas são tão grandes que as defensas vão parar em cima do convés. Felizmente o pilar é de madeira macia e não arranha tanto o barco. Mas é chato. E tenho que ficar de olho.
Na sexta eu consegui, enfim, içar a vela mestra. Acordei e não havia vento nenhum. Percebi que aquele era o momento que eu esperava há dias. Não tomei café nem nada e já fui içando a vela com medo de que o vento entrasse. A afobação foi tanta que nem peguei as luvas. Foi na mão e na manicaca (a alavanca que aciona os guinchos do barco - que são chamados de catracas). Resultado - consegui medir a altura da retranca. Notei que a vela é uns 30 centimetros menor do que a retranca... estranho, velas podem encolher com o tempo, dependendo do material, mas essa é de dacron, por isso não deiva encolher. O Scott acha que para conseguir um maior aluamento na vela eles podem ter decidido fazer isso, mas é estranho de qq forma. Bem, acho que nunca vou saber a resposta. Mas percebi que preciso trocar o cabo que iça a vela (adriça). Não só por uma medida de segurança, mas porque esse cabo tem uma alça muito grande que impede aplicar a tensão correta na vela. Ah, e eu também consegui tirar um bife do meu indicador. Era uma bolha, mas dobrando e carregando a vela acabei arrancando a pele da bolha. Resultado, o dedo ficou incomodando todo o fim de semana. Me lembrou das bolhas na mão na época do remo na Inlaterra, só que aquelas bolhas não eram em um lugar tão incomodo quanto no indicador.
Com o dedo fora de combate resolvi fazer uma atividade que não envolvesse produtos químicos nem fazer força. Fui mapear os fios do barco. Passei todo o fim de semana fazendo isso. Consegui mapear tudo (menos a área do motor, porque as conexões ali são independentes do painel. Fiquei feliz em saber que as tomadas do barco estão funcionando e eu não sabia. Tem umas coisas na fiação que terei que discutir com o Cérebro. E vou ter que passar mais uns fios pois existem demasiados fios para luminárias e ventiladores, mas faltam para coisas importantes como geladeira, luz de navegação, e bombas de porão.
Recebi uma ligação do mecânico na sexta de tarde informando que conseguiram consertar o alternador. Mas com o dedo incomodando e o sol forte disse que só iria pegá-lo de volta nessa semana. Seria pouco confortável enfrentar a estrada e as manoplas duras da bike.
Na sexta um iate enorme parou na frente do anjin. Como a marina já estava fechada, os vizinhos vieram bater no barco pedindo para eu ir ajudar. Fiquei impressionado com a falta de educação do pessoal do barco que chegou. As pessoas que estavam lá não eram funcionários deles. E sexta foi uma noite que não conseguir dormir direito, estava com muita coisa na cabeça. Para piorar o pessoal do iate saiu antes das 0600 do sábado e me acordaram com a gritaria das manobras. Como continuava com a cabeça cheia não consegui dormir.
Um outro baixo desse fim de semana foram as saudades de J. Tivemos uma conversa no sábado de tarde que foi importante. Preciso lembrar que é necessário paciência nesses processos a distância e que a questão da comunicação será mais dificil mais adiante. Mas eu fico ansioso, tenho que trabalhar isso. J terminou um capítulo da vida e começou outro nesse fim de semana. Ares novos. Boa sorte.
Domingo teve mais movimento de barcos que no sábado. E eu tive a infeliz idiea de começar a limpar os cascos laterais para tirar a sujeira do rio que se acumulou por lá. Como eu estava com o dedo direito machucado não deu para limpar muito bem e a posição é dificil, mais fácil fazer isso dentro da água com um bote ou nadando. Mas não quero nadar nessa água daqui. O resultado foi que fiquei encharcado de suor e com uma bolha no dedão da outra mão. Isso é que dar ter mão de moça.
Choveu a noite todos esses dias, por isso fiquei no barco assisitindo videos. Não vi nada recente, só filmes antigos que sempre quis assistir e nunca tive a oportunidade. Também andei assistindo episódios de "não conta lá em casa" no Youtube.
Hoje estou desde cedo com o carpinteiro no barco. Ele já cortou a mesa e os assentos!!! Ainda falta fazer os suportes,mas as peças básicas estão prontas. E ele agora está cortando a face externa dos armários.
Saí caçando outros fornecedores hoje: o cara da fibra não pode trabalhar enquanto estiver chovendo, pois as coisas precisam estar secas; o "cérebro" ficou meio surpreso que eu tenha conseguido terminar de traçar os fios e disse que vai examiar as fotos que ele tirou do painel hoje a tarde e me liga amnahã. O cara da capota falou que as dobradiças e conexões chegaram no fim da semana passada, mas os tubos de inox só devem chegar no final desta semana. E por fim estou em conversas avançadas com um fornecedor de redes. Esses são altos da viagem! E começar a aventura será um dos pontos altos.
Você sempre teve pele de moça. Qualquer coisinha é uma bolha, a pele rasga etc. Por isso se cuida aí com protetor solar. Pra você tem que ser FPS 5000. De repente é melhor navegar vestido num macacão de borracha mesmo. Desisti de ficar pesquisando os termos náuticos, eu nunca vou lembrar mesmo de todas as palavras! Parece gauchês, tal de defensa,manicaca, gaiuta, retranca, aluamento da vela... enfim... deixa como tá. Pra passar o tempo boiando na web recomendo failblog.org ou naointendo.com.br. Ou ficar lendo as tirinhas do Dahmer em www.malvados.com.br ou Allan Sieber em talktohimselfshow.zip.net. Boa sorte aí! Fico aqui na torcida mesmo um pouco tenso por não fazer a menor ideia de quando vc pretende levantar âncoras e ganhar mar. Esse ano sai???
ResponderExcluirhahaha que figura..mas pior que é mesmo (com relação a pele e aos termos náuticos)..fico boiando..faz um link pra glossário náutico ae, se possível com figurinha..:)
ResponderExcluirrapaz! não conte lá em casa é o melhor programa da tv brasileira, igor não sabe de nada. fica indicando estas coisas baixo astrais!!! malvados. argh!
ResponderExcluiragora isso é importante. quando saí? vai ter algum esquema para a gente ficar te localizando?
Breu, vou dar uma olhada nos links que vc passou, apesar do aviso do Camillot.
ResponderExcluirSim, a pele de moça é uma sina (familiar)... mas isso é que dar ser menino amarelo de apartamento. Se tivesse sido criado em um território mais agreste, como Villas, acho que as coisas seriam diferentes.
Mas comprei umas roupas anti UV por aqui e passo protetor solar váias vezes por dia e uso chapéu.
Sobre o glossário, vai aqui dois links para ajudar os neófitos. Mas J, vc já fez curso de vela, deveria saber essas coisas ;)
http://www.boteco1.com/index.php?option=com_glossary&func=display&Itemid=43&catid=50
http://www.eboat.com.br/OpenSite/dicionario.asp
Sim, a ideia é sair daqui esse ano.
Vou ter um Spot no barco, ele é um GPS com emissor de sinais via satélite que informa para contas pre-determinadas (tipo Facebook e twitter) as cordenadas da embarcação.
Pele-de-moça, sobre os danos na pintura, além das defensas, vi uma gambiarra que talvez possa te ajudar - um tapete de borracha. Corta em um formato adequado, coloca parte no convés, fixa, deixa cair pela borda o resto. É feio pracaráleo, mas pode te ajudar. No barco onde vi isso, durante a navegação a gente usava o tapete para tornar as longas escoras mais confortáveis, protegendo a perna do contato com a borda de metal do convés. Abs, F
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