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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Visitas

Hoje o dia foi dedicado a fazer visitas. Primeira vez que eu fiz isso desde que cheguei aqui. Fui ao estaleiro pegar meu correio e conversar com o pessoal. Fui com a bicicleta de ônibus. A bicicleta, apesar da roda de 20 polegadas, encaixou bem no rack na frente do coletivo. Não tinha certeza se ia caber e já estava pronto a pedir para o motorista para levar a bike dentro do busu. Como sempre o ônibus demorou e o sol não ajudou. Mais espera na conexão, e as esperas na volta foram ainda pior. Eu não sabia exatamente onde era a parada no porto mais perto do estaleiro por isso desci do ônibus antes do necessário. Como estava com a bicicleta não foi tão mal (apesar do sol do meio dia). Inventei de passar na frente dos restaurantes... o cheiro de comida me deixou com uma fome enorme... e lembrei dos tacos de peixe deliciosos que um dos restaurantes serve. Várias lembranças vieram a mente: o almoço com o corretor quando comprei o barco, o almoço com J na frente do mar em junho.

Aproveitei que estava no estaleiro para visitar o casal de australianos, o Nick e a Lynn, na marina vizinha. Ela tinha saído para levar o Ipod deles para consertar. Então fiquei quase duas horas conversando sobre reformas com o Nick. Engraçado o fato dele falar de maneira bem onomatopéica, reproduzindo os ruídos das histórias que conta (isso é uma mania que meu irmão e eu temos, por isso achei engraçado... não lembro de muita gente que faz isso).  E o australiano também gostava de imitar sotaques, mas para mim todas as imitações dele paraciam com árabe ou russo falando inglês, mas valeu pela tentativa. Acabamos conversando pouco sobre as dicas para a viagem, mas ele disse que prefere fazer isso quando a mulher dele estiver por lá porque ela tem as fotos e lembra melhor os nomes das marinas e clubes. Mas foi muito interessante escutar as histórias dele sobre as focas fedorentas das Ilhas Galápagos.

Os que criticam a reforma do anjin deveriam estar lá hoje para escutar os relatos dele. Eles compraram o Beneteau 47 cujo dono, sueco, desapareceu entre as Bahamas e a Flórida. Esse barco passou meses ao lado do anjin. A seguradora consertou parte das coisas e a família sueca vendeu o barco para esse casal. Ele me contou que o barco apesar de ter só sete anos já afundou, já bateu e já encalhou. Olhando de fora não se percebe. Nick conseguiu localizar um dos donos anteriores que explicou a história do barco. O australiano comentou que ainda encontram lama e areia em diversos compartimentos do barco  (apesar do dono que ele localizou ter vivido no barco por um ano e meio). Depois o sueco comprou o barco e se escafedeu. O barco apareceu nas costas da Florida com velas rasgadas, uma corda enrolada na hélice, sem bote, sem eletronicos e saqueado. Nick comentou que vai precisar trocar parte da fiação porque ela está estragada pelo tempo que o barco passou naufragado. Mas nas duas vezes as seguradoras trocaram muitas coisas, que pesou favoravelmente para eles comprarem o barco. De qualquer maneira a reforma deles está indo muito mais rápida que a minha. O fato desse ser o quarto barco dele ajuda. E o mais importante é que eles são dois para trabalhar. Enquanto um está acertando coisas no barco o outro está comprando coisas ou providenciando outros detalhes, assim a reforma vai mais rápido. Na hora da despeda Nick ficou curioso com a bike e pediu para dar uma volta. Disse que aprovou a bicicleta, principalmente o preço.

Depois eu passei na loja do "Cérebro". Para minha supresa "Pinky" estava lá. Reapareceu após 2 meses de ausência (ele sumiu no dia que eu fui para a Colombia... faz temo). O Cérebro não me deu nenhuma dica boa para a reforma dessa vez. Falou que eu tinha feito o mais trabalhoso (identificar os fios) e que a partir de agora ele podia trabalhar mais rápido. Disse que deve aparecer aqui na próxima terça. Vamos ver.

Por falar em aparecer, o cara do plástico veio aqui hoje de manhã para tomar umas medidas para  uns suportes no mastro para colocar os stoppers (acho que isso não tem no dicionário: stoppers são travas que deixam os cabos (cordas) deslocarem em apenas un sentido - você caça (puxa) e o cabo não volta). Depois conversamos sobre uma tampa para o suporte da roda de leme. Desnecessário dizer que ele me deu um cano na semana passada. Essas peças já deviam estar prontas nessa altura.

Fiquei sabendo que Joe da fibra veio no meu barco ontem. E hoje quando voltei do porto tinha um cartão do cara da capota na entrada do barco. Eu não entendo porque essas pessoas não ligam. Tudo bem que eu não ia conseguir voltar em tempo, mas eles não sabiam disso. Além do mais, eles podiam avisar que estavam lá e perguntar o que eu precisava. Nenhum deles precisava entrar no barco.

Ontem eu peguei a estada na bike e fui devolver o alternador emprestado e pegar o meu consertado. Achei interessante o fato da viagem ter sido muito mais rápida dessa vez que na semana passada. O fato do sol estar mais fraco e ter sido pela manhã deve ter contribuído. Outro ponto foi que dessa vez não emendei indo até o mercado. Uma vez de volta ao barco acabei nã instalando o alternador porque resolvi aplicar anti-ferrugem no lugar onde ele estava localizado. Depois vou passar uma demão de tinta e recolocar o bruto. Quando terminar isso eu chamo o mecânico para ele ligar as conexões e programar o regulador. Assim tudo deve funcionar e o capítulo motor fica encerrado (espero).

Aproveitei ontem que estava trabalhando no calabouço e botei o motor para funcionar por alguns minutos. Como li que deixar o motor diesel funcionando na marcha lenta é ruim, deixei engrenado para colocar carga no motor, que é o melhor para um máquinas diesel. O motor pegou de primeira - felizmente.

Com isso fico por aqui. Adiante me aguarda um fim de semana de instalação de alternador, mudança das defensas do barco e colocação de rebites no mastro e na gaiuta.

Hasta la vista,

Um comentário:

  1. É, esse Beneteau 47 realmente tem histórias. Precisa ver se são histórias reais ou de pescador ehehe. Sobre o relato onomatopeico do cara, me lembrou um vídeo engraçado que andou pelas redes esta semana, do americano George Lindell relatando o acidente de carro. Veja os dois videos "Reality Hits You Hard, Bro", um é a entrevista original e o outro uma música com o Autotune. Eu não canso de ver:
    naointendo.com.br/videos/a-realidade-bate-com-forca-irmao-auto-tune. Divudo que não fique cantando depois "BAM! Hit me hard from the back - FOOM FOOM!"

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