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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vamos que vamos

Esses dois dias foram muito corridos. Muita coisa aconteceu no barco, especialmente na parte elétrica.

Ontem tive uma conversa longa com o eletricista chefe. Ele me falou que não dá para reduzir o preço pois a instalação das bombas e dos alarmes partiu do nada e o tempo de serviço seria o mesmo para um barco zero ou para o meu. Eu não comi muito essa história mas não tenho alternativa, principalmente porque a alternativa é o Cérebro, que deu uma sumida. Entretanto, o eletricista chefe e o eletrolento fizeram um trabalho conjunto ontem e ligaram as luzes do mastro. Grande progresso, principalmente porque fizeram uma caixa de conexão (se for preciso remover o mastro não será preciso cortar os fios). Agora a luz de tope funciona. A luz de cruzeta ainda não funciona porque está sem lâmpada. Já a luz de motorização não funciona por razões desconhecidas.

Enquanto os eletricistas trabalhavam no mastro ontem, o Alvaro e eu brígavamos para tentar remover os paíneis solares da proa. O painel de popa, que removi no domingo, estava funcionando direito, o único problema foi que a fiação foi detonada pelo sol. A troca de fios resolverá o problema. Já os painéis da frente são uma incognita. Cada um está preso por 14 parafusos mais uma cola que para soltar precisa de pé de cabra e muita força. O desafio é tentar tirar os painés sem danificar os cascos. Para complicar, descobri que os cascos laterais estavam com água (de chuva) dentro. Isso porque foi preciso rastejar até a frente do barco para acessar a porca dos parafuso (um trabalha do lado de fora e outro do lado de dentro). Terei que colocar alguma borracha de vedação para evitar esse tipo de problema. O Alvaro hoje lavou com um pano o interior do casco de bombordo (e usou uma bomba manual para drená-lo).

Hoje de manhã eu fui pagar os eletricistas. Acho que eles tem medo de eu dar o cano (ou ficar sem dinheiro) e pedem que eu pague o serviço a cada etapa completada. Como eles estão trabalhando direito (apesar de caro e devagar), não tenho objeções.

Por falar em trabalho, ontem o pessoal das velas veio aqui regular a mastreação. Enquanto eles regulavam o mastro eu aproveitei para lubrificar os parfusos de regulagem (Alvaro saiu com a bicicleta para recarregar meu celular e comprar comida). Voltando ao assunto da regulagem,  me impressionou o sistema de regulagem que usa uma especie de dinamometro para verificar a tensão do cabo de aço. No Brasil a regulagem é feita batendo com uma chave de fenda no cabo de aço e escutando... Que diferença os estais ajustados... antes os cabos ficavam sambando, agora está tudo tenso. O único ponto negativo da visita foi que Don, o assistente do veleiro, escorregou de manhã e caiu entre o barco e o pier. Felizmente não aconteceu nada, mas ele ficou com as costelas doendo. Ele também subiu no mastro para regular os estais superiores e verificar os pinos e contrapinos. Aproveitei a viagem para pedir para instalar o refletor de radar. Semana que vem eles vem para instalar as velas.

Hoje o eletricista instalou as lampadas de proa e de popa, a fiação para o painel solar da popa e da tomada na cabine de trás. O Alvaro e eu ajudamos a passar os diferentes fios pela cabine. O que mais me impressionou foi a técnica que o cara usou para passar um fio dentro do guarda corpo da proa: um fiozinho de nylon, um pedaço de plástico e um aspirador. Fiquei feliz de dar uma contribuição para o eletrolento que ajudou a finalizar o processo mais rapidamente.

Hoje também chegaram as redes do barco. Mas começou a chover e tive que parar o processo. Mais tarde chamei o cara que trabalha com mastreação que mora aqui na marina para fazer um orçamento para instalar os cabos de aço para as redes. Tive uma proveitosa conversa com ele, apesar de ele ter listado uma sére de atividades que demandarão ainda mais tempo.

E por falar em final de tarde, liguei para um monte de gente hoje para tentar resolver pendências (o cara do alternador, o cara da fibra, o Cérebro, o cara da geladeira, o corretor). E quando pensei que o dia tivesse acabado, tivemos que ir agora de noite em um loja de eletrônicos para comprar umas peças para o barco. Resultado: só voltamos às 2130. Dia longo hoje. Mais umas dezenas desses e vai dar para fazer muitos progressos e começar a viagem.

2 comentários:

  1. Parabéns pela evolução! A chegada do tripulante deu sorte, né? Isso de as pessoas ficarem escorregando e caindo em barcos é comum? Ou tem algo errado com seu piso? Quando tive meu Jeep Willys '78 que reformei/pintei, a parte de trás recebeu um tratamento com uma tinta emborachada que chamavam de "batida de pedra" que ajudava muito no "grip". Não rola usar isso no piso do barco?
    Comentei com meu colega Luiz sobre a frase "Alvaro saiu com a bicicleta para recarregar meu celular e comprar comida". Este "regarregar" é de energia ou de créditos? Se energia, tem um dínamo na bike pra carregar o cel ou ele levou pra espetá-lo numa tomada em algum lugar? Achei que você havia comprado painel solar pra carregar!

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  2. Não, Breu. O antiderrapante do barco é forte até demais. O cara usou areia para faze-lo se vc cair aqui vc se lasca.

    Recarregar foram os créditos... hehehehe

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