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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Me enganei

Começo o post admitindo um erro. Pensei que a corrida tivesse acabado quando deixei Salvador, mas na verdade ela está apenas começando. Agora é a corrida para a partida.

O vôo para cá transcorreu sem grandes novidades... só que aconteceram umas coincidências durante a viagem. A primeira foi que o grupo de estudantes americanos de quiropraxia que vieram no mesmo vôo que eu, retornaram comigo. 60 estudantes de uma universidade do Iowa vieram fazer trabalho voluntário em Salvador e Ilhéus durante as férias, e agora deixavam o calor de Salvador para enfrentar neve nos EUA.

Estava meio nervoso ao passar pela imigração nos EUA... afinal estou entrando e saindo direto do país e não sei se eles consideram isso uma coisa boa ou ruim. Comentei com o agente da imigração que eu tinha um barco aqui. Ele perguntou se eu era tripulação ou capitão. Com orgulho disse que era a segunda opção, e então ele falou "that's the way to go". Soou tão bem quanto o estereotipado welcome home que eles falam para os americanos quando passam pela imigração.

A segunda coincidência foi que acabei alugando novamente um Toyota Prius sem pedir... achei que foi um sinal de que estou entrando em outro ciclo pois o começo da reforma também começou com um Prius. E também teve a coincidência de voltar para o barco e o vento continuar forte, as ondas grandes e o barco balançando muito. Parecia que eu nem tinha viajado. Olhei o barco por fora, reconectei a tomada, liguei a luz e tirei a bicicleta do interior. Ainda tive forças de mandar e-mails dizendo que tinha chegado bem.

Na manhã seguinte dormi e de tarde fui atrás dos "fornecedores". Aproveitei para pegar meu correio no estaleiro, e depois falar com o eletricista e com o cara da fibra. Ambos apareceram aqui ontem de manhã. E nisso começou minha preocupação. Após uma manhã de trabalho/enrolação os eletricistas fizeram UM furo para uma tomada (alegaram que tiveram que sair para buscar ferramentas, peças, examinar a situação, etc). Mas fazer um único furo é muito pouco. Hoje eles voltaram, gastaram mais tempo que ontem fizeram apenas outro furo e instalaram uma das duas tomadas de força para o barco. Tive uma conversa com o eletricista explicando minha urgência e combinamos que vou chamar outro eletricista para acelerar o trabalho. A ideia é deixar cada um cuidando de um tema diferente. Hoje a tarde eu tive uma "entrevista" com o novo eletricista, digo entrevista porque ele fez um monte de perguntas sobre o sistema elétrico do barco. Acho que ele gostou da quantidade de serviço que tem para fazer mas disse que só vai decidir se pega ou não a empreitada depois de olhar o barco. E também alertou que tem outra obras rolando. Ou seja, não sei se meus problemas estão a caminho de ser resolvidos ou não.

Hoje fui em uma loja de artigos de segurança e encomendei os pirotécnicos, a balsa salva vidas, bóia e outros equipamentos de segurança. Falta ainda o bote inflável.

Ontem além de lavar roupa que cheirava a barco, Londres e Salvador ainda tive o prazer de ver um monte de peixes boi pastando a grama que foi trazida pelas chuvas. Ao mesmo tempo descobri que tem uma garça que está começando a usar meu barco como sanitário... e a cara de pau nem se abala quando chegamos perto dela.

Ainda ontem, o cara da fibra, Joe, abriu o pedaço ao lado do cockpit que estava com a madeira mole. Constatou-se que estava muito melhor que o do outro lado do barco. A causa da infiltração foi prosaica. Uma combinação de prego mau colocado e fibra de vidro com mistura errada de catalizador e resina. O resultado é uma fibra molenga que acabou sendo perfurada pela cabeça do prego. Isso abriu caminho para a água empapar o compensado. Felizmente esse problema da fibra só apareceu em dois lugares (justamente onde houve a infiltração). Agora é esperar o compensado secar e refazer o reparo similar ao anterior. O problema é que quando chove não dá para trabalhar com a madeira molhada.

Encomendei as redes para o barco e na semana que vem o veleiro vem aqui fazer a regulagem do mastro para poder colocar as velas. E nesse meio tempo estou tentando resolver um monte de pequenas pendencias que envolvem, inclusive, a arrumação para a chegada do meu primeiro tripulante. Dedos cruzados.


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