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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Que rojão

Segunda foi um dia atípico. Tive uma programação que não envolvia barco. Resolvi assistir, antes das 09:00, o último lançamento do Endeavour (um dos ônibus epaciais junto com o Columbia, Atlantis e o Challenger). Teoricamente esse deveria ser o último lançamento da história, uma vez que a Nasa vai passar a utilizar foguetes não tripulados, mas houve tanta repercussão que liberaram orçamento para mais uma viagem dos Space Shuttles.

Tenho que confessar que fiquei, no começo, meio desapontado com o lançamento. Eu estava no que é considerado um dos melhores lugares para acompanhar o lançamento de fora do centro espacial. Mas o ônibus espacial parecia um ponto no horizonte.

Várias pessoas esperando, alguns fazendo pic nic, outros de bicicleta, muitas câmeras, filmadoras e expectativas. O meu vizinho de meia idade e pânceps avantajado tinha um radinho na cintura e uma filmadora não mão. Ele tinha sintonizado na torre de comando... e eu ouvi a contagem regressiva, o take off ao vivo, mas não vi nada no horizonte.

Subitamente um clarão muito forte atravessou a baía de Cabo Canaveral... uma luz possante e a nave subia... não tão rápido quanto se imagina, mas isso era por causa da distância... e o radinho falava: e a cada segundo 11000 libras de combustível estão sendo queimadas pelo foguete; agora é o momento de aceleração máxima; desconectarm os foguetes laterais, e por aí vai...

No meio da história toda eu não sabia se filmava ou se assitia... dei uma de Jãnio Quadros e fiquei com um olho no gato e outro no queijo (olhava a máquina e olhava a nave). Infelizmente o ceú estava nublado e o foguete desapareceu... não dava para enxergar nada por causa das nuvens espessas... as pessoas começaram a bater palmas, a se levantar e, lentamente, a sair.

Foi nesse momento que fiquei realizado... o ruído finalmente chegou. Um estrondo alto, grave que dava a noção de que tipo de força estamos falando e que garantia que o que eu via não era um rojão de São João. Para quem é moleque e sonhava em construir foguetes, isso foi um  momento de realização.

Voltei para o barco... de um lado da baía tecnologia sofisticada de foguetes. Do outro, do meu lado, a tecnologia centenária dos barcos a vela. Cada um no seu mundo.

Depois disso tudo foi mais do mesmo: checar preços na internet, falar com o veleiro, visitar um capoteiro (bem, pelo menos é assim que chaman na Bahia quem trabalha com espumas e tecidos), pegar umas encomendas.

O mecânico furou novamente e conversei longamente com o técnico da geladeira para ver como essa novela termina.

A noite envolveu uma teleconferência com J para tratar do layout do barco, especialmente a parte da geladeira. Esse final me deixou feliz: não estou no nível tecnológico dos astronautas do space shuttle, mas estou muito mais bem aparelhado que Colombo ou Cabral!

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